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Potenciais riscos para a saúde dos ingredientes dos cigarros eletrônicos, especialmente nicotina e outros componentes

Potenciais riscos para a saúde dos ingredientes dos cigarros eletrônicos, especialmente nicotina e outros componentes

O que realmente contém o seu cigarro eletrónico? Ingredientes e riscos para a saúde numa verificação de fatos

A popularidade dos cigarros eletrónicos explodiu em todo o mundo. Muitas vezes promovidos como uma alternativa “limpa”, muitos utilizadores questionam-se: Será que vaporizar é realmente inofensivo? A resposta é complexa.

Este artigo analisa de forma fundamentada cientificamente os ingredientes dos cigarros eletrónicos – desde nicotina até aromatizantes – e destaca os riscos potenciais para o coração e os pulmões. O nosso objetivo é esclarecer, não criar pânico.

1. A anatomia do vapor: O que está a respirar?

Ao contrário do fumo de um cigarro, que resulta da combustão, o cigarro eletrónico produz um aerossol. A base líquida consiste em alguns componentes principais:

  • Propilenoglicol (PG) & Glicerina Vegetal (VG): Os veículos para a névoa.
  • Nicotine: O princípio ativo (opcional).
  • Sabores: Para o sabor.

Mas o que fazem estas substâncias no corpo?

2. Nicotina: Efeitos no cérebro e no coração

A nicotina é a principal razão pela qual as pessoas fumam ou vaporizar. Não é carcinogénica, mas também não é isenta de riscos.

Potencial de dependência

A nicotina é uma substância psicoativa. Liga-se aos receptores de acetilcolina no cérebro e liberta hormonas de bem-estar como a dopamina.

  • O risco: Este ciclo de recompensa leva à dependência física e psicológica. Os jovens são particularmente vulneráveis, pois o seu cérebro ainda está em desenvolvimento.

Sistema cardiovascular

A nicotina estimula o sistema nervoso simpático (modo luta ou fuga).

  • Pressão arterial & pulso: Constrói temporariamente os vasos sanguíneos e aumenta a pressão arterial.
  • Consequências a longo prazo: Para pessoas com condições pré-existentes, isto pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares.
  • Classificação: Em comparação com o cigarro de tabaco, falta o monóxido de carbono, que bloqueia o transporte de oxigénio no sangue. A carga para o coração ao vaporizar é, portanto, considerada menor, mas ainda assim relevante para doentes cardíacos.

3. Propilenoglicol (PG) e Glicerina (VG)

Estas substâncias são aprovadas como aditivos alimentares, mas a sua inalação é um assunto diferente.

  • Irritação das vias respiratórias: O PG é higroscópico (retém água). Isto pode levar a uma garganta seca e irritação da tosse.
  • Alergias: Um pequeno grupo de pessoas é alérgico ao PG. Os sintomas podem incluir erupções cutâneas ou falta de ar. Neste caso, recomenda-se a mudança para líquidos 100% VG.

4. A controvérsia em torno dos aromas e do aquecimento

É aqui que reside frequentemente o maior mal-entendido.

Reações químicas com o calor

Se o líquido for aquecido em demasia (por exemplo, num “Dry Hit”), o PG e o VG podem decompor-se e Aldeídos (como o formaldeído) formar-se.

  • Importante saber: Os cigarros eletrónicos modernos com controlo de temperatura geralmente evitam isto. Estudos mostram que a exposição ao formaldeído com uso normal é drasticamente menor do que com o fumo do cigarro.

“Pulmão de pipoca” e Diacetil

Muitas vezes, as pessoas são alertadas para danos pulmonares graves causados por aromatizantes. Uma substância conhecida é o diacetil, que foi parcialmente utilizado nos Portugal.

  • Verificação de factos: Na UE (e, portanto, também em Portugal/Espanha), o diacetil em líquidos é proibidode acordo com as diretivas da DPT. Portanto, compre apenas produtos regulamentados de fontes legais.

5. Metais pesados: Um risco real?

Em alguns estudos foram encontradas vestígios de metais (Níquel, Cromo) no vapor, que podem se soltar da resistência de aquecimento.

  • A dose faz o veneno: Embora esses metais sejam tóxicos, as quantidades medidas geralmente são extremamente pequenas e ficam muito abaixo dos limites de segurança no trabalho. Ainda assim, aplica-se o princípio: a troca regular dos coils (Cabeças de vaporizador) minimiza esse risco.

Cigarro eletrônico vs. Tabaco

A ciência é clara: Os cigarros eletrônicos não são isentos de risco. Quem nunca fumou, não deve começar.

Para os fumantes, aplica-se o princípio de: Minimização de danos (Redução de Malefícios): Como não há combustão, milhares de substâncias tóxicas e alcatrão desaparecem. Autoridades de saúde como Saúde Pública de Portugal consideram o vapor como significativamente menos prejudicial do que fumar tabaco – desde que se utilize produtos certificados e se evite completamente o cigarro.

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